Empreendedorismo até debaixo d’água

Apesar de Noé ter muito potencial para ser um daqueles filmes que facilmente encontram descrédito e ceticismo entre os espectadores que tendem a julgar a história pelo título e capa, ou pela relação superficial que têm com o assunto, o que é muito natural, posso dizer que o filme é excelente, recheado de emoção, com atuações fantásticas de Russell Crowe, Emma Watson e Jennifer Connelly, e, além de tudo, é uma aula de empreendedorismo para quem sabe ver.

Imagem da internet

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Mesmo guardando relação positiva com temas religiosos e conseguindo enxergar algo de positivo em todas as religiões, confesso que fiquei receoso em como iriam destrinchar essa história, que de tão fabulosa e longínqua, mal conseguimos imaginar como se deu, se é que se deu. A maioria de nós acha que é conto da carochinha. Eu não. Para mim, tudo tem um motivo de ser e chegará o dia em que a ciência e os humanos, limitados que são, terão capacidade de explicar o que ainda não pode ser explicado. E isto, na realidade, é um motivo a mais para ver o filme, porque ele foi muito bem pensado e executado. Entretanto, o foco deste texto é apresentar a você as lições preciosas de empreendedorismo que podemos tirar dessa incrível jornada épica.

Muitas pessoas se perguntam se são ou não empreendedoras; se têm capacidade para levar ou não um negócio próprio, ou de alguém; se têm o que é necessário para serem empreendedores. Pois bem, se você ainda não sabe o que é preciso, comece seguindo Noé, porque ele tinha o que é preciso para ser empreendedor.

Vamos a elas:

  • Liderança – Líderes são facilmente identificáveis por bons gestores. São pessoas pró-ativas que não esperam que algo aconteça – elas têm a centelha que gera a força para o movimento de partida, tomando a frente dos processos e abrindo o caminho do entendimento para as outras. Assumem a postura de guia e, geralmente, têm consciência do papel que precisam desempenhar no mundo, levando os outros a desempenharem seus próprios papéis. E com Noé não foi diferente.

O Criador (gestor) identificou em Noé (líder) os atributos necessários para condução do processo de purificação do mundo, visto que a humanidade, até aquele ponto, definhava em sua própria maldade. Noé, abriu o caminho do entendimento para a humanidade acerca do que o Criador queria para nós e para o planeta. Só ele tinha a força necessária para tamanha empreitada e para começar um novo modelo de conduta humana na Terra.

  • Visão – Enxergar o que os outros não enxergam. Empreendedores são pessoas capazes de ver o que ninguém mais vê, ou veem apenas parte. Noé, teve a revelação sobre o dilúvio e a construção da arca em sonho. Mas não foi apenas isso que o caracterizou como visionário. Ao andar com sua família pelas áreas devastadas pela humanidade, ele sabia que aquilo não resultaria em algo bom. Empreendedores são assim – naturalmente analisam rapidamente os elementos de um cenário organizacional ou mercadológico e são capazes de enxergar o que pode se dar à frente, sejam crises ou oportunidades.
  • Crise e oportunidade – Você conhece um empreendedor ao longe pela forma como ele reage às dificuldades. A maioria das pessoas são extremamente reativas, ou seja, têm o ímpeto da combatividade e da agressividade quando ameaçadas. O empreendedor, visionário que é, enxerga na crise uma oportunidade instalada. Não se criam oportunidades. Oportunidades existem naturalmente em qualquer ambiente de crise. A oportunidade é a onda natural que espera o surfista para ser aproveitada em uma tempestade. Oportunidade é chance de uso e transformação em cenário estático ou adverso. Não é por menos que as palavras crise e oportunidade, em Chinês, são compostas de dois ideogramas e têm em comum um deles. Noé, através da visão, viu a oportunidade que o Criador daria após o caos do momento presente, viu a oportunidade na dificuldade e a aproveitou desde o começo e entendeu que isso seria bom.
  • Risco – Todo processo de mudança envolve risco de perda e é exatamente por isso que muitas pessoas não se lançam ao empreendedorismo. Perder a zona de conforto já é por si aterrador, o que dirá perder o pouco que se tem. Empreendedores são pessoas que agem com risco calculado. Não é um arriscar por arriscar. É um risco que se corre sabendo, através da análise do cenário, que as coisas serão difíceis por um tempo, mas depois serão melhores. É a certeza que o navegador tem que após uma tempestade vem a calmaria. A tempestade não é algo eterno. É um evento para mexer com pessoas e cenários estáticos ou negativos. Noé sabia que o dilúvio era um risco de vida para si mesmo e para sua própria família, mas aquele risco era calculado, o que significa dizer que era previsto e aceito.
  • Parceiros (networking) – Noé tinha poucas pessoas ao seu lado, mas eram as pessoas certas para o trabalho e deu a elas tarefas condizentes com suas habilidades específicas, identificadas pelo seu olhar de líder. Ele aproveitou o melhor de cada um. Quando você não tem as pessoas certas ao seu lado, escolher entre as que você dispõe torna-se uma questão-chave, e isso só é possível quando você conhece bem as pessoas com as quais lida, e para conhecê-las bem, você deve conhecer a si mesmo. Não é por menos que Sócrates, um dos maiores filósofos de todos os tempos, cantava esta pedra desde a antiguidade. “Conhece-te a Ti mesmo.”
  • Pessoas e processosNoé teve que gerir os interesses e características inatas de seus familiares para concretizar a obra. Falhou em alguns momentos, mas falhou acreditando estar fazendo a coisa certa, e se corrigiu quando se permitiu sentir compaixão pela fraqueza do outro. Empreendedores e líderes verdadeiros admitem o erro, até porque seus parceiros e liderados precisam desse exemplo de humildade. Segundo Abílio Diniz, presidente do Conselho de Administração do Grupo Pão de Açúcar, maior varejista do país, “empresas são gente e processos, processos e gente”.
  • Amor, disciplina e o próximo – No filme, são o amor, o trabalho disciplinado de Noé, a obediência ao Criador e a certeza do benefício futuro feito ao outro. Para ser empreendedor, é preciso ter uma paixão motivadora que alimenta os dias do porvir e que faça você acreditar que aquilo que faz tem uma razão de ser e que trará algo benéfico para um ou para muitos. É trabalhar duro, dia após dia, sem deixar que nada tire você do foco, do objetivo.
  • Administração do tempo – entender que o tempo é limitado para desempenhar certas atividades e para colocá-las em evidência no momento certo para as pessoas certas é imprescindível e é tarefa do empreendedor. Noé sabia que não dispunha de todo o tempo do mundo. O ação purificadora do Criador sobre a Terra era certa, a água era o remédio para um mundo sujo, esgotado pelas atrocidades humanas, e o sinal do seu prazo final (deadline) seria quando começasse a chover. Tratou de começar logo o trabalho arregimentando brio e forças de seus familiares colaboradores e ao primeiro sinal do recurso divino dado por seu avô, Matusalém, tratou de dar início à obra e não parou até concluí-la.
  • Firmeza, persistência e resiliência – Noé não abandonou a ordem recebida pelo Criador diante do tamanho e da dificuldade de realizá-las. Quem dá a incumbência a um comandado/colaborador sempre deve dar os recursos mínimos para a realização do trabalho. E ele recebeu os recursos e sabia que o trabalho levaria muitos anos para ser executado. Apesar dos contratempos familiares, que também são muito corriqueiros em empresas familiares, Noé geriu os egos dos seus com firmeza de ação, persistência na tarefa e resiliência ante às investidas do seu rival (competidor), que não queria que ele realizasse a tarefa da construção da arca e do salvamento dos inocentes – os animais. Se você reparar no display promocional do filme, Noé enfrenta a tempestade de frente.
  •  Legado – Ser constante e fazer com que seu trabalho sobreviva ao tempo é uma característica evidenciada em várias obras de grandes empreendedores mundo afora, como Walt Disney, no entretenimento; Oscar Niemeyer, na arquitetura e Steve Jobs na tecnologia da informação. Noé queria deixar aos herdeiros de sua empreitada, seus filhos e gerações posteriores, a certeza de que o que fez era o que precisava ser feito e que havia um motivo maior e nobre por trás. Qualquer feito empreendedor não pode perder de vista a necessidade da mudança e melhoria do cenário atual para as gerações posteriores. O empreendedorismo está diretamente relacionado a isso – mudança e melhoria de cenário estático ou adverso para as gerações posteriores.

Bem estas são apenas algumas das várias questões associadas ao empreendedorismo que eu percebi ligadas ao filme. Espero que seja útil de alguma forma, em algum momento, e que motive você a ir ver o filme, se ainda não viu. Vale muito a pena, nem que seja pela companhia que você escolher para passar o momento ou pelo sabor da pipoca com refri. Comente e coloque suas impressões. Entretanto, se ao final do texto você achou que tudo não passou de alucinação ou de spoiler do filme, você ainda tem duas alternativas – reler o tópico de crise e oportunidade, que fala de reação, ou escolher outro filme do seu gosto e ser feliz.

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10 lições sobre a Desolação de Smaug

Quando criei este blog há algum tempo, sempre pretendi trazer questões de comunicação, marketing, comportamento social, filosofia, religião e cultura que estivessem, de alguma forma, veladas no contexto em que foram trazidas, sendo muitas vezes esquecidas ou pouco apreciadas pela maioria das pessoas. Esta, inclusive, é a linha-mestra do meu livro tempo.com – a comunicação esquecida em tempos de Internet.

Pois bem, hoje assisti ao filme O Hobbit – A Desolação de Smaug, 5º filme lançado pela franquia O Senhor dos Anéis, mas que, cronologicamente, é o segundo no enredo, e posso dizer, seguramente, que o considero uma ferramenta fantástica para análise do comportamento humano. Essa incrível fábula de J.R.R.Tolkien, dirigida pelo não menos incrível Peter Jackson, é tão interessante e rica que podemos extrair pelo menos 10 lições bem concretas da história. Aqui vão elas:

Lição 1 – A maioria das pessoas tende a desistir exatamente quando estão mais próximas de alcançarem o objetivo que almejam.

Lição 2 – Problemas grandes podem ser resolvidos por pequenos detalhes, ou por pessoas consideradas inaptas ou incapacitadas.

Lição 3 – Se deseja ser um bom líder, comece por chamar seus comandados pelo nome, saber quem eles são e de onde são.

Lição 4 – Não coloque seus comandados na fogueira, abstendo-se do risco inerente às grandes decisões. Encare o papel de líder e puxe a fila através da própria ação.

Lição 5 – Quando uma equipe perde a direção ou o foco, é preciso que alguém se afaste do caos para que se tenha noção de onde o grupo está e alimentar novas perspectivas.

Lição 6 – Se vai terminar uma relação ou desligar algum membro de uma equipe, temporária ou definitivamente, que seja com compaixão, cuidado e gratidão, valorizando o que ele realizou enquanto esteve na equipe.

Lição 7 – É essencial ter coragem para desafiar as regras que julga irem contra as suas convicções, sabendo do risco de ser fiel a si mesmo e responsabilizando-se pelas consequências dessa atitude.

Lição 8 – O medo faz parte de qualquer indivíduo, grupo, relação ou negócio. É da natureza humana, mas tem que ser enfrentado em algum momento, ou ele irá consumi-lo.

Lição 9 – Se lhe contaram uma história, mas você não viu ou não esteve lá, você não tem a verdade dos fatos. É melhor não transformá-la num conto ou lenda. Isso pode minar a percepção e a confiança dos outros.

Lição 10 – Em algum momento, a luz, ou intuição que norteia você, vai parecer ter sumido indefinidamente, mas ela sempre volta.

Há muitas outras lições no filme, basta prestar atenção. Tanto a análise do filme, quanto o livro citado são um convite à percepção daquilo que está velado, que não está claro ou não elucidado, daquilo que passa batido pelos olhos de quem está em descompasso com o próprio tempo. Portanto, você já tem um bom motivo para assistir ao filme, ler o livro tempo.com e também ler o tópico O Buraco do Hobbit. Boa diversão!

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O superpoder do filme

Se você ainda está em dúvidas sobre assistir ou não ao novo filme do Superman (Man of Steel), antes que saia de cartaz, eu gostaria aqui de lhe dar alguns motivos para ver. Se você já viu, eu vou falar aqui de um superpoder do filme que talvez você tenha notado, mas não tenha pensado no que significa e como utilizar para você mesmo. Para isso, farei um paralelo aqui com a comunicação, objetivo maior do post e do blog.

Para começar, tecnologicamente falando, obviamente, o filme supera em muito o primeiro filme da sequência (1978). Ponto. Foram extremamente felizes pela escolha do ator, Henry Cavill, que, com certeza, deve ter pensado muito sobre o peso que teria que carregar ao interpretar um papel tão icônico e simbólico como esse, imortalizado por Christopher Reeve. O protagonista Henry, muito parecido fisionomicamente com Reeve, teve uma atuação muito boa, conseguindo representar na medida certa, ao meu ver, o drama de ser um estranho no mundo, da escolha sobre o uso de seus poderes e da responsabilidade que lhe competia. Para a mulherada, é um prato cheio. O cara não é pinta, é “bonito com força”, e o novo layout do uniforme segue a linha high tech emborrachada que temos visto já há alguns anos nos filmes do gênero.

O Homem de Aço chega a emocionar em alguns trechos, é ótimo entretenimento pela dinâmica que tem, com um elenco muito competente, que inclui Russel Crowe, Amy Adams, Kevin Costner, Diane Lane, Michael Shannon e Laurence Fishburne, além de uma trilha super especial de Hans Zimmer, como já sabemos. Mas o que mais chamou a minha atenção foi o poder do “como” que o filme tem. Dirigido por Zack Snyder, com roteiro de David S. Goyer, produção de Christopher Nolan (o mesmo de O Cavalheiro das Trevas), e história de ambos, o filme chama a atenção pelo “como”, pela forma em que foi contada, como foi reinventada, em tudo o que foi acrescido e revisitado. Sim, porque a história tem 25 anos e é massivamente conhecida, tinha tudo para ser só mais um remake, mas não é, na minha opinião. Esse novo filme tem o DNA, a forma, a linguagem de Snyder, Goyer e Nolan.

A linguagem (como ou forma) que utilizaram fez toda a diferença no filme, como faz em qualquer processo de comunicação. Não é o que dizemos que importa, na maioria das vezes, mas como dizemos. Postura corporal, tom de voz, vocabulário escolhido, local, momento, estado de espírito, gestual, referências prévias, etc., tudo isso forma a linguagem do que expressamos, e o sucesso em expressar-se repousa majestosamente nesse lado da balança – o da linguagem. É na linguagem que visualizamos a identidade de quem fala, o seio familiar (comunidade) de onde veio, o meio ao qual está inserido e como se posiciona como unidade pertencente a um todo.

A forma, o “como” é o nosso principal cartão de visitas, seja no trabalho, em casa, na rua, se manifestando, porque todos os símbolos e signos imersos no contexto têm não só seu significado primário, como também adquirem o significado daquele que fala, no momento em que se fala. Em toda comunicação, aquele que fala é o meio da comunicação e esta adquire os valores e qualidades assim que é expressa, como o rio, de cujas águas se tornam mais sujas ou mais limpas, dependendo de onde nascem, do que carregam consigo em seu leito e do que vão varrendo em suas margens no seu caminho. Não é à toa que a foz de um rio é também chamada de “boca do rio”. É quando chega ao oceano que ele conta por onde esteve, com quem esteve, o que viu e o que viveu pelo caminho.

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O que as parcerias mostram

As parcerias são um grande caminho para alcançarmos objetivos, afinal, ninguém faz nada sozinho. Entretanto, é necessário que as parcerias sejam reavaliadas a todo momento, porque há vários tipos de parceiros e eles podem, de uma hora para a outra, comprometer sua saúde e o resultado que você espera alcançar. Vou tentar apresentar alguns deles aqui:

  • PARCEIRO KITNET – É aquele que mal cabe em si, achando-se a solução para os seus problemas, mas que busca satisfazer apenas os seus próprios interesses. Este tipo de parceiro costuma ser egoísta, sempre buscando recursos e justificativas pessoais para não fazer aquilo que deve fazer pela parceria.
  • PARCEIRO CELEBRIDADE – É aquele que quer mostrar para as pessoas, de uma forma geral, o quão articulados são e o quão bem sucedida é a sua rede de relacionamentos. Esta pessoa, geralmente, tem muitos contatos mesmo, mas tem pouco tempo para dispensar com as milhares de “parcerias” que fez, deixando na mão várias pessoas, que perdem seu tempo e oportunidades por estarem comprometidas com este tipo de parceiro.
  • PARCEIRO CAMELÔ – É aquele que grita, que chama atenção, que diz que vai, que age, mas que na hora do “vamo ver” ele corre. São pessoas com pouca capacidade de envolvimento com o parceiro e comprometimento com a proposta da parceria. Postergam etapas e contatos importantes para o objetivo da parceria.
  • PARCEIRO BOLICHE – É aquele que só entra em uma parceiria para fazer strike. Ele não quer saber de projetos menores ou que não visem ganhos absurdos. Deseja a notabilidade do grande feito, a notoriedade. A vaidade é o seu guia.
  • PARCEIRO MEDUSA – É aquele que quando consegue ser parceiro de alguém, suga a vida dele, sobrecarregando-o com questões e tarefas que podia ele mesmo ter resolvido, ou divido, a fim de que o fardo do trabalho ficasse menos pesado para um. É alguém que tende a oprimir o parceiro, às vezes por inveja, não aceitando suas próprias limitações.
  • O PARCEIRO – É aquele que dispensa adjetivos, tem apenas o artigo definido, que o define como o certo para o seu objetivo. Ele está envolvido com o outro(s) parceiro(s), se organiza para tal, contribui com o que tem, compromete-se, coloca-se disponível para o outro e para o projeto e se comunica de forma que a mensagem não expire, comprometendo o resultado, ou não se subverta, ocasionando todo tipo de problema.

Neste nosso mundo moderno, cada vez mais dinâmico, dinâmicos também são os papéis interpretados pelos parceiros. O que define qual deles é o melhor é o sentimento do outro em relação ao parceiro, não apenas ao atingimento do objetivo, porque pode ser que por mais “bem-sucedida” tenha sido a empreitada, em valores monetários, os valores humanos podem ter sido menosprezados pelo meio do caminho, fazendo com que a frase de Nicolau Maquiavel que diz que “os fins justificam os meios” pareça mais uma sentença de morte, do que uma faísca de coragem pelo sucesso na parceria. O bom parceiro é aquele indivíduo que se preocupa com o resultado, com o seu parceiro, e está ciente do seu papel e de sua influência positiva ou negativa na vida dele, ou seja, é aquele que está preparado para ter um par e um objetivo comum. Se não tem, é melhor viajar solo.

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O buraco do Hobbit

Na semana passada, tive o privilégio de prestigiar, uma vez mais, o talento do fantástico diretor Peter Jackson, e equipe, em O Hobbit. Embora entusiasmado, fui ver o filme sem qualquer expectativa,  exercício que tenho feito já há alguns anos, com o objetivo de tirar de cena o meu desejo pessoal por um resultado específico do trabalho de alguém, mas sim, de admirar, de entender o esforço de comunicação e a mensagem transmitida pela sua obra.

A maior lição que absorvi em O Hobbit é sobre o papel especial do desacreditado, do desconsiderado, daquele cara que não é bem vindo ao grupo, do último e “menos” talentoso a ser escolhido para integrar uma equipe. Bilbo Baggins, ou Bilbo Bolseiro, trouxe a questão do “vim pra te ajudar, não sei o motivo ainda, nem você, mas eu vim”. Essa história e personagem tão pitorescos vêm representar algo extremamente importante em nossas relações profissionais e pessoais – o sentimento de pertencimento gerado através do trabalho realizado e daquilo que o indivíduo passa a significar para si, para o outro e para o mundo, em função desse pertencimento.

Empresas que se prezem, ou que queiram ser prezadas, precisam, urgentemente, voltar seus olhos para o público interno, antes de qualquer coisa. Os processos de contratação, muitas vezes, são geridos por pessoas despreparadas para capturar os valores subjetivos dos candidatos, por estarem focadas na necessidade “urgente” que a empresa tem de dar resultados positivos, fazendo com que identifiquem apenas os valores objetivos do candidato e no quanto suas habilidades concretas se transformarão em cifras para a empresa. Os recrutadores e chefes de RH se esquecem que, ao contratarem alguém, estão integrando para dentro do organismo vivo da empresa um ser complexo, uma célula delicada, com grande capacidade de mutação. O que o transformará em um agente patogênico, promovendo a discórdia e a queda geral, ou em um glóbulo branco, promovendo a saúde e os interesses da empresa, é o líder ou gestor da empresa, através do norte cultural, estabelecido e transmitido por ele.

O líder que consegue identificar os valores subjetivos e intangíveis de um anão medroso e desconfiado, sem porte atlético ou habilidades de espadachim, aproveitando-o em funções e áreas onde outros não podem chegar, demonstra, além de visão, grande capacidade de gestão de pessoas, mas, sobretudo, que reconhece a pequenez do anão em si mesmo, dando exemplo de humildade e liderança a todos, aproveitando todos os recursos disponíveis que lhe são apresentados. Isto é uma das bases da liderança – ver, acreditar, preparar e deixar que as pessoas assumam seu papel e função na organização do todo. Como veem, o buraco da liderança e da gestão de pessoas é bem mais embaixo.

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Posicionamento de marca não é isso

Desde que os profissionais da área de comunicação e marketing perceberam que marca não é apenas a logomarca, suas cores, tipologia e suas ilustrações, o termo posicionamento de marca vem sendo trabalhado, relaxadamente, por inúmeros deles, na prática conhecida como branding. Descobriu-se que, para posicionar bem uma marca no mercado e na mente dos consumidores, a empresa deve gerar, cultivar e aliar à sua marca um conjunto de valores inerentes ao seu negócio, de forma que eles alcancem os seus clientes e sejam reconhecidos no mercado, possibilitando assim uma comparação natural com a concorrência e a conseguinte construção de um posicionamento, certo? Sim e não.

Posicionamento não pode ser visto apenas assim, como muitos profissionais o fazem, já que pensam apenas pela ótica da empresa, apenas a partir do conjunto de ações exercidas pela empresa para o ganho de imagem e status. O posicionamento de uma marca, ou status de uma empresa, passa necessariamente pelo crivo do cliente, interno e externo, e não deve ser visto somente como o resultado financeiro obtido em vendas ou através das tecnologias de comunicação empregadas em anúncios comerciais e institucionais, ou, ainda, em promoções de qualquer ordem.

Há empresas que se colocam no mercado como tops, mas que, na opinião de grande parte de seus clientes, ou mesmo não-clientes, não passam de regulares, em muitos casos. O motivo é simples: não é o discurso institucional que as eleva à instância de melhores nisso ou naquilo, mas sim a qualidade de seus serviços prestados, o impacto e o progresso que eles geram nas comunidades que servem e o índice de satisfação na solução de problemas no pós-venda, só para começar a citar alguns. Os órgãos de defesa do consumidor e os sites especializados em reclamações não desamparam as afirmativas acima, quando expõem as fraquezas de titãs do mercado.

Portanto, seja você empresa ou empregado, pense nisso: não tente se elevar ao seu discurso, porque um discurso muito elevado é difícil de ser vivido na prática. Traga o seu discurso ao nível de quem você realmente é, pessoa ou empresa. À medida em que suas práticas melhorarem, eleve-o, reposicione o seu discurso. Não coloque o seu discurso onde não consegue chegar na prática. Esta é a melhor forma de garantir uma das mais importantes qualidades nas relações humanas, de qualquer ordem  – a confiança. É ela que diz em que posição em relação ao outro você realmente está.

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Repense o seu sorriso

Repense o seu sorriso

Reveja seu contato com as coisas e com as pessoas, o que elas te trazem, o que você quer delas, como você as vê, como elas te veem, e como isso se revela através do seu sorriso.

Sorria pra Deus, sorria pra Criação, sorria pro outro, pro cachorro, pra árvore, sorria pro sol. Sorria pra vida, sorria pra morte. Sorria pro palhaço, pra criança que passa, pro guarda que apita, do elefante à traça.

Sorria pro belo, sorria pro feio. Faça do feio o belo num ato singelo. Sorria de canto a canto, mostre os dentes, perca o ar. Sorria com se pela primeira vez você visse o mar.

Sorria quando estiver de frente, mas sobretudo pelas costas; quem se foi sentirá seu sorriso. Sorria pra dentro, suas células merecem esse carinho. Sorria pra fora, o ar fica mais leve quando você faz isso.

Sorria sem a mão na boca, um sorriso não foi feito pra ser contido numa mão; ele precisa ecoar, voar, extravasar… até aos olhos e ao coração de alguém chegar.

Repense o seu sorriso

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Emoção e arte – a fórmula da infância na E.M.D.L.R.A.

No último sábado, 22/09, tive a honra e o privilégio de ter sido convidado a participar do 12º Seminário da Infância, cujo tema era “No mundo que eu quero pra mim, qual educação preciso oferecer aos meu alunos?”, promovido pela Escola Municipal Desembargador Loreto Ribeiro de Abreu, situada no bairro Ribeiro de Abreu, Belo Horizonte. Minha presença lá justificava-se na contribuição com uma palestra sobre Relacionamento e Comunicação, bases do meu livro tempo.com – A comunicação esquecida em tempos de Internet, para os professores e pais ali presentes.

Clique para abrir a galeria de fotos no Picasa.

Com atividades previstas para início às 7:30 da manhã, pus-me a caminho de uma experiência que jamais tinha imaginado que iria vivenciar.  Ao adentrar os portões da escola, comecei a impressionar-me com as professoras da escola que, com a organização e rapidez das formigas, davam os arremates finais na belíssima decoração, feita a partir da participação valorosa de todos os alunos, endireitavam as cadeiras, aqueciam as vozes angelicais do coral infantil num cantinho aqui, um teste final no som ali… tudo estava prestes a começar.

Em cada canto, em cada pedaço de arte espalhado pela escola, eu pude ver o que eu gostaria de ver em toda escola municipal, estadual e, até mesmo, particular. Vi, antes de tudo, o afeto, o acolhimento, a condução bem feita de pequenos seres que anseiam pelo novo, pela descoberta. E a condução para um pequenino é tudo para a organização de sua estrutura psicossocial, na minha humilde opinião. Vi expressões de arte que jamais imaginei ver em uma escola localizada em uma região tão desprovida dos olhos do governo, no trato social e econômico, mas não desprovida dos olhos de sua direção e corpo docente, no trato afetivo, cultural e educacional. Trabalhos e inserções baseados em Rubem Alves, Cândido Portinari, Romero Brito e até do húngaro Victor Vasarely, figuras normalmente vistas e apreciadas em locais e situações mais seletivas, passavam a impressão de uma galeria de arte. Tão grande quanto foi minha surpresa em ver tais personalidades ali apreciadas, foi a emoção a que fui acometido antes da minha participação. Rememorei minha falecida avó num “fuxico”, uma trouxinha de pano bordada junto a uma peça/toalha em tecido, cuidadosamente esculpida por várias duplas de alunos da escola. Vi o isopor virando peça de arte em forma de móbile, caixas de pizza transformadas em mandalas coloridas; vi copos, molas, bolas de isopor, funis e pratinhos de bolo tomarem formas e funções que não vemos na beira do esgoto das calçadas da cidade. Aquela foi a primeira vez que desejei que um pedaço de isopor durasse muitos anos na natureza, porque estava impregnado de sentimento e expressão artística. Também, pela primeira vez, me emocionei, de fato, ao escutar a execução do hino nacional brasileiro, entoado por vozes infantis, que não só enchiam o hino de graça e ternura, mas também faziam ficar mais leves e puras as bandeiras de Belo Horizonte, Minas Gerais e do Brasil, que exibiam estendidas em suas pequenas mãos. Aquela cena me transportou no tempo, levando-me à minha fase nos ensinos primário e fundamental, do sistema antigo, onde ainda estudávamos O.S.P.B. (Organização Social e Política Brasileira) e E.M.C. (Educação Moral e Cívica), cantávamos o hino nacional e fazíamos uma oração pedindo a Deus proteção para o dia e agradecendo a Ele pelas belezas da vida. Emoção assim, fazia tempo que eu não sentia, a ponto de me desconcentrar para a tarefa que me aguardava – a palestra.

Com uma grande responsabilidade de dizer algo relevante às pessoas que ali se dispuseram a escutar, por mais de 2 horas, vi que as pessoas que trabalhavam ali já estavam me ensinando muito mais do que eu supostamente imaginaria que pudesse “ensiná-los”. Na verdade, houve ali uma rica troca de informações, sentimentos, conhecimento e generosidade; tudo ali exposto e disponível para quem quisesse absorver.

Saí de lá com a certeza de que seria um privilégio ver meu filho, que ainda nem fala, estudar e aprender com aquelas pessoas. Portanto, posso dizer, sem titubear, e porque estudei a vida inteira em escola pública, com exceção da faculdade, numa época em que isso era a realidade para a maioria das famílias,  que a Escola Municipal Desembargador Loreto Ribeiro de Abreu é, no mínimo, para o menos agradecido dos seres, um recanto de saber para crianças e uma caixa de memórias vivas para velhos alunos se lembrarem de um tempo em que a educação pública ainda era uma estrada aberta que levava a possibilidades reais de conquista humana.

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O pedreiro e o tempo

Há alguns dias, ia eu caminhando rumo ao restaurante onde costumo almoçar, no intervalo do trabalho, quando dois homens trajados com bastante simplicidade, tipicamente como pedreiros – um mais velho, aparentando 40 anos, e um garoto que não tinha mais do que 20 – iam subindo a rua do meu local de trabalho.

Quando passaram por mim, o mais velho ia dizendo ao mais novo, em compasso apressado: “Hoje, meu fi, se o sujeito cochilar, ele não faz nada na vida.”

Aquela frase retumbou significativamente em minha cabeça e me pôs a pensar, e repensar, como de costume, no uso do tempo – meu, do outro, de todos -, e vi que, à medida que o tempo vai passando, mais sonhos vamos acumulando, mais “Se’s” são usados em nossas frases e mais frustrados corremos o risco de ficar com o mau uso (ou desuso) de nosso potencial único e de nossa genuinidade, aquilo a que fomos destinados a fazer com nossa identidade cósmica. E quanto mais o tempo passa, mais vejo pessoas perdendo tempo, ainda que muitas vezes cobertas de boas vontades e desejos, que, por sua vez, caminham de olhos vendados sobre a prancha, rumo à boca do tubarão do esquecimento, da não-realização, da procrastinação, do desalento. 

Os tempos modernos estão cada vezes mais vorazes e insaciáveis. As mídias e seus produtores querem e precisam, a todo custo, que nós estejamos distraídos com miudezas e quimeras incontáveis, a fim de que nós gastemos com eles o que temos de mais precioso – o tempo. E este passa, as oportunidades passam, a vida passa… o difícil mesmo é fazer com que as frustrações da não-realização de si mesmo passem. Estas andam pelo corredor, marginalmente, esperando uma brecha entre o fluxo descomunal de assuntos de menos importância, para surgirem em nossa main stream real e nos alertarem.

Ainda bem que, vez em quando, passa alguém na rua, gente que nunca vimos, que não sabemos de onde vêm e para onde vão, nos alertando para questões que, se deixarmos, o tempo leva e não mais temos como reaver. E é na mesma simplicidade e no mesmo compasso do pedreiro e do tempo que termino este texto.

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De perto ninguém é criativo

Nas minhas andanças virtuais, me deparei com uma sequência de pôsteres de filmes que, colocados lado a lado, são praticamente iguais. Talvez você até já tenha visto esse post em algum blog na internet, o que não me surpreenderia. No entanto, o que noto aqui, que não vi escrito em nenhum blog, porque geralmente se limitam a simplesmente postar algo curioso ou polêmico, para que seja mais curtido do que carne de sol, ou então apenas fazem observações bastante óbvias acerca daquilo que se vê por cima. Veja você a sequência e continuamos o papo mais abaixo:

Captou o drama aí, caro leitor? De perto, parece que ninguém é criativo mesmo. Basta compararmos as “grandes sacadas” que os cartazes mostram. Esquecemos que tem sempre alguém próximo, ou do outro lado do mundo, captando a mesma vibração que você, fora a cópia descarada mesmo. Sabe-se que o pensamento, além de ser matéria, é onda, e viaja mais rápido do que a velocidade da luz. Portanto, quando uma grande ideia surge, ela não surge para uma pessoa apenas, ela surge na psicosfera global como uma união de elementos soltos percebidos que são aglutinados posteriormente formando uma imagem, uma ideia. Isso mesmo, quando você tem uma ideia, fruto da união de elementos intrafísicos e extrafísicos, do seu mundo e de todo mundo, ela, em forma de pensamento, já está disponível para uma rede de pensamentos que se liga por todo o mundo, e por todo o universo. É como na internet: Postou? Não tem volta, está lá pra todo mundo ver. Recentemente, cientistas descobriram que as bilhões de galáxias no universo estão ligadas como numa teia de aranha. Portanto, parece-me que o que distingue quem materializa o pensamento é aquele que tem não só sintonia com “a vibe” em questão, mas aquele que age antes, que materializa o pensamento antes dos outros. Quantas vezes você teve uma ideia que julgava única, que você achou ser “muito doida”, pioneira, e demorou para materializá-la, por uma série de motivos e, no dia seguinte, na semana ou mês seguinte, alguém apresentou a sua ideia para o mundo? Quantas vezes, meu caro leitor? E mais! Será que criamos as coisas ou apenas as descobrimos primeiro? Se descobrimos algo, apenas tiramos o véu que cobre a coisa, porque só se usa um véu para cobrir algo, como uma noiva, por exemplo. Se há um véu por cima, tem algo embaixo a ser revelado, então já está lá. Como saber se a ideia que você teve também foi pensada por outra pessoa num canto qualquer do mundo? Hein!?

Meu caro, segundo o Pai da Química Moderna, Antoine Lavoisier, “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.” Isso foi dito no século XVIII! Tudo está aqui, todos os elementos estão aqui (visíveis e invisíveis), só temos que tirar o véu, des…cobrir.

Já tinha pensado dessa forma? Acesse: www.livrotempo.com e descubra outras formas de perceber naturalmente a comunicação entre as coisas que foram esquecidas nos nossos tempos de Internet.

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Nada mais que um RESET

Entre uma atividade e outra, nos surgem pensamentos variados, aos quais, por muitas vezes, ficamos submetidos por minutos, horas ou dias a fio. Num desses lampejos de questionamentos, me ocorreu a seguinte pergunta: Se você tivesse um botão RESET para reiniciar sua vida, você apertaria?

Tal foi a possibilidade de um grande número de opiniões e visões, que não resisti em fazer a pergunta em meu facebook para os meus amigos. Não demorou para começar a pingar e depois a chover respostas, as quais listo abaixo, na íntegra:

  1. ‎… não
  2. Se eu voltasse com a cabeça de hoje… sim!
  3. Prefiro os cogumelos que dão vida – 1UP!
  4. nemmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm….
  5. De jeito nenhum!
  6. Num sei…do zero? Num sei…se as minhas experiências fossem resetadas…provavelmente eu não pensaria como penso hoje e…teria a mesma cabeça e faria (será?) as mesmas escolhas. Se pudesse resetar uma parte só…manteria os meus filhotes, trocaria de carreira e passaria mais tempo com os meus pais…
  7. João… fiz muita coisa errada! Mas quem não fez? Penso que tudo aconteceu no tempo certo. Se algumas coisas tivesse acontecido antes de ter maturidade suficiente para encarar de frente… tenho certeza que eu não daria conta.
  8. Os atos insanos dos meus 52 anos,pois estão registrados no outro plano!
  9. no way!
  10. ah esse botao tinha que ter trava, ou aquele sistema:”tem certeza que deseja reiniciar o sistema?” senao todo mundo uma hora na vida ia apertar sim….
  11. Boa essa da T… tinha que ter um processo de segurança…pq pegar 2 horas de trânsito, chegar em casa…ver o bebezinho chorando para dormir, o mais velho “murrinhando” para não fazer lição, o marido ignorando a confusão, cliente no telefone, abrir a geladeira e não achar nada para lanchar…beemmm…o reset vira uma possibilidade mais que atraente!
  12. Nem pensar Cunhadao…
    Afinal e com os erros e acertos que evoluímos como seres humanos!!!! Bjoooo

Interrompi as respostas, brevemente, porque decidi apimentar perguntando a um amigo: “Você, que é um expert em informática, me responda, por favor: me fale situações em que um computador se reinicia ou deve ser reiniciado. Rola?”

Resp.: João: somente quando dá defeito. 😉

E porque faltavam respostas, continuei: “Nanão. Pense, tem mais…rs”. E mais respostas vieram:

  1. “Verdade! E para se atualizar em sistemas operacionais burros, que não conseguem se atualizar sem precisar reiniciar. 😉
  2. “… eu entregaria mais cartas!”
  3. “Upgrademodificação de programas…novos programas…tudo isso reinicia…”
  4. “Eu não…. de jeito nenhum ! bju”
  5. ‎”… caneta bic na fita K7 também reseta.”
  6. “Hmmm… Para a vida toda, não! Mas se eu pudesse instalaria uns programas diferentes. Rs”
  7. “Onde vai parar?! rsrsrsrsrsrsrs
    tô aqui acompanhando e pensando até agora. Mas há muita resposta interessante!”
  8. “João, mas realmente, em informática, o reset significa: “volta tudo como era antes porque DEU MERDA”… rs”
  9. “‎… se devolver a VHS sem voltar você paga multa!”
  10. “Somente em caso de emergência, tipo, tô morrendo, porque sempre podemos começar de novo,exemplo, já to no terceiro casamento, sempre começando, a vida é boa demais, e lembre-se o RESET não deixa a maquina nova, somente reinicia o sistema.”
  11. “Dizem que nos últimos momentos de vida, a vida tooda passa diante dos nossos olhos! Mas isso não é reiniciar, nem resetar…rebobinar?”
  12. “Claro,qualquer coisa usamos o Undelete ou restauramos. Agora no sério: olha pro Murilo e adivinha minha resposta!”
  13. “Eu pra variar em cima do muro.”
    Não digo que sim, nem que não.
    Li por exemplo que se fosse possível, faríamos com frequencia. Por outro lado, toda vez que reseto algo, a sensação de alívio, prazer e reinício é muito boa.”
  14. “Resetar não significa perder o antes, significa?!”
  15. “Dá pra fazer um back up antes?”
  16. Que pergunta interessante Joãooo!!!Gostei muitooo da resposta de V…!!!Fico confusa, pq não quero desfazer da minha, mas ao mesmo tempo seria pelo menos curioso começar do nada…

Durante o temporal de respostas, houve quem se interessasse pela minha resposta, para a minha felicidade pessoal, que já estava rabiscada em minha cabeça. Disse a todos que não responderia lá e que o faria aqui no blog, e o faço com uma satisfação especial, por dois motivos: o primeiro, pela variedade de respostas e questionamentos conseguintes à pergunta original, o que me faz lembrar daquela máxima que fala que “o que move o mundo são as perguntas”. E, segundo, porque é muito bom quando a gente percebe que é a soma de todo mundo. O que falta e que, ao mesmo tempo, nos completa é a parte do outro, que só vemos em nós quando as situações pedem expressão. Se ninguém oferecer o que tem e o que é, ninguém recebe e ninguém saberá o que o outro é.

Enfim, a minha resposta para a pergunta inicial Se você tivesse um botão RESET para reiniciar sua vida, você apertaria? é: SIM. Todos nós resetamos nossas vidas todos os dias, todas as horas, minutos e segundos. O verbo SET em inglês tem pelo menos 25 significados e 60 sinônimos, e o primeiro sinônimo de SET em um dos dicionários que consultei é ADJUST, que significa “regular, ajustar, adaptar-se, acostumar-se. O “RE” à frente do verbo fica por conta do “novamente, de novo.” E não é o que fazemos a cada segundo? Cada segundo de nossas vidas é o resultado das somas de nossas interações com as pessoas e com o mundo. Cada segundo representa um cálculo que a pessoa fez mediante algo que lhe foi exposto, seja através de alguém, da natureza ou de sua própria mente.

Todas as respostas dadas estão, claro, ligadas a forma em que cada pessoa conseguiu, de súbito, abstrair da palavra ou função RESET. No começo, houve quem dissesse “De jeito nenhum.” Quando puxei outras respostas através de uma segunda pergunta, desta vez ligada à informática, a gama de interpretações aumentou. E é disso que precisamos – da participação do outro em nossas convicções, que, por vezes, pode-se achar que estão em um ponto muito primitivo, mas que de fato estão apenas isoladas, ligeiramente desconectadas de outras percepções. Outra coisa que ocorre com frequência é que o medo de se perder aquilo que já se conquistou impede que as pessoas se lancem a novas inserções, a novas visões e trabalhos – o medo de RESETAR. Será que salvei o que fiz? Será que o que tenho está seguro e não perco mais? Tem gente que clica no botão de salvar umas 5 vezes “só pra garantir”.

Quando você reinicia o computador, ele não perde os dados, apenas os recoloca, reajusta em seus devidos lugares e funções. Se perdeu os dados, o problema é outro. Vou um pouco mais além, resetar é um gesto importante para nós, porque pode significar o reconhecimento de que o que estava sendo feito deu errado a tal ponto de travar o sistema (vida). Só que dar errado é normal, é legal, porém temos tanta dificuldade em aceitar que erramos, principalmente aos olhos dos outros, que nos colocamos em uma posição mais rígida, ou talvez defensiva, dizendo: “Não, não refaço. Não, não reinicio.” Perfeccionismo? Talvez, vá saber… De cá, eu percebo e alicerço a minha percepção sobre perdas na frase de Antoine Lavoisier, o pai da química moderna: “Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.” Bem, ele foi “o cara” da química, não é? O que significa dizer que tudo o que o homem “criou” na Terra já estava na Terra, ele apenas transformou, e daí nada mais se perde, ele não criou-criou, ele usou substâncias existentes e fez algo novo. Isso é na visão da Química – mudança de estado físico. As coisas só mudam de estado, de aparência, como nós mesmos. Essa é uma visão das coisas através da química. Tem através da Física, Geografia, Matemática e por aí vai.

Em outras palavras, RESETAR é reajustar, reestabelecer, melhorar (vide processo de upgrade); é recomeçar revigorado, com as coisas em seus devidos lugares, com os programas (relações) conversando entre si de forma eficiente. RESETAR é recomeçar relações não do zero, mas com uma visão reajustada do todo, baseado no que já existe. É, de certa forma, abrir portas para a humildade e reconhecer em si e no outro a capacidade de recomeçar diferente, não importa quantas vezes; é dar chance, reconhecendo que um dia você precisará de uma chance de reiniciar. O limite, a paciência, vamos dizer assim, está condicionada ao que se acredita em termos de possibilidade de melhoramento de resultado. Muitas vezes, RESETAR não adianta mais porque houve dano maior e, daí, temos duas opções: FORMATAR, que é a reforma interna geral, temida, demorada e custosa, com risco de perda de arquivos (valores e emoções) tão queridos, ou COMPRAR OUTRA MÁQUINA – uma outra vida.

RESETAR é preciso. FORMATAR é uma consequência natural do envelhecimento. UMA NOVA MÁQUINA é apenas uma questão de tempo. 

Em tempo, obrigado a todos os meus amigos que ajudaram na construção dessa minha apequenada percepção sobre o botão RESET.

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15 Grandes Discursos no Oscar

Em um ano de recessão nos Estados Unidos, contrariamente ao movimento das coisas, com o custo aumentado de 1,5 para aproximadamente 1,7 milhões de dólares (2,89 milhões de reais) cada 30 segundos de espaço publicitário durante a entrega dos Oscars, com visibilidade para cerca de 1 bilhão de telespectadores, segundo a Academia, este ano, o Oscar teve discursos pouco inspirados e pouco inspiradores. O apresentador Billy Crystal estava abaixo de suas performances anteriores, estava visivelmente menos empolgado, tendo sido aquela a sua nona participação como apresentador, depois de uma controvertida renúncia de última hora por parte de Eddie Murphy, o primeiro eleito para a função em 2012. Uma pena, porque a produção do evento até que se esforçou bastante para dar ritmo e entretenimento ao público, e conseguiu em certos momentos, mas faltaram os grandes discursos dos ganhadores dos Oscars, que trazem emoção e significado ao prêmio, através de uma mensagem especial. Faltaram também as boas piadas, o bom texto de standup comedy, uma coisa que Steve Martin fez brilhantemente em 2001 e que depois repetiu ao lado de Alec Baldwin em 2009, quando dividiram a função de apresentadores. Piadas diretas sobre os atores sempre divertem muito, mesmo quando às vezes se tornam verdadeiros pombos-sem-asas.

Para quebrar o sentimento de “Então é isso? Acabou?” no telespectador que acompanhou a cerimônia de ontem, aqui vão alguns vídeos de artistas que fizeram valer esse espaço, que ilustra bem o que se entende por “tempo é dinheiro”, mas dentro do próprio show. Não ha dúvida que dá para perceber a emoção e o reconhecimento do ator pelos próprios colegas.

Forest Whitaker , por The Last King of Scotland (O Último Rei da Escócia)

Sandra Bullock , por The Blind Side (Um Sonho Possível) 

Cuba Gooding Jr., por Jerry Maguire (Jerry Maguire – A Grande Virada)

Tom Hanks, por Forrest Gump (Forrest Gump) 

Denzel Washington, por Training Day (Dia de Treinamento)

Sean Penn, por Mystic River (Sobre Meninos e Lobos) 

Sidney Poitier, Oscar Honorário

Roberto Benini, por La Vita è Bella (A Vida é Bela) 

Hilary Swank, por Million Dollar Baby (A Garota de Ouro)

Kate Winslet, por The Reader (O Leitor) 

Natalie Portman, por Black Swan (Cisne Negro) 

Halle Barry, por Monster’s Ball (A Última Ceia)

Robins Williams, por Good Will Hunting (Gênio Indomável) 

Julia Roberts, por Erin Brockovich (Erin Brockovich – Uma Mulher de Talento)

Russel Crowe, por Gladiator (Gladiador) 

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O porquê do surto moralizante no Brasil

Conte-me aqui uma coisa, estimado leitor. Imagine que você esteja numa piscina bem legal, graaaande, água quentinha de fim de tarde (nada de xixi), e seu amigo(a) fala assim:

_ Vão vê quem aguenta ficá mais tempo sem respirá debaixo d’água?
_ Vão!
_ Êeê, tão tá! Um, dôlaci, vamozi, iii…
_ Não burro(a), cê foi primeiro!
_ Tá, foi mal, de novo, de novo! Uuum… doiziii …huuuupp! Já!”  

Tá prendendo o ar aí, leitor? Acompanhe. E lá se vão alguns longos, tenebrosos e angustiantes… o quê?…23 segundos? E depois, o que acontece? Saem da água como se fossem engolir o ar do mundo, não é mesmo? Engasgam e tossem (“bost…iguli, água, coff, coff!”), cabelo nos olhos, tonteira e falta de ar temporária. E uma necessidade doida de puxar o ar e colocar a respiração no ritmo normal, não é?

É isso. Você acaba de experenciar o porquê do surto moralizante que vem acontecendo no Brasil, no qual as pessoas têm demonstrado tanta ânsia, vigor e ferocidade contra as práticas recentemente expostas na mídia, como “Rafinha Bastos e o bebê de Wanessa Camargo”, “Estupro no BBB12”, “Luíza que tá no Canadá”, Ai Se Eu Te Pego (Michel Teló), “Rafinha Bastos e a piadinha contra a APAE”, “Léo Burguês querendo aumentar os salários dos vereadores em 61,8%, desapropriação indevida aqui, prédio caindo dali, boeiro estourando, estádios de futebol de zilhões de reais, malandro com maquininha de engalobar gasolina na bomba, farsa da grávida de quadrigêmeos, marcha do orgulho hétero, do orgulho gay, do orgulho de ter orgulho do próprio orgulho, S.O.P.A.”, e tudo o que, teoricamente, na cabeça da pessoa, ou não seja bom pra ela, ou não traga valores representativos para a sociedade. 

Em minha humilde opinião, é uma questão de repressão e abstinência. Vou explicar dando um outro exemplo prático: vamos supor que te forcem, ou que você se force, como um teste, a ficar sem comer, beber, fazer nº 1, nº 2 … (vixe!), ficar sem sexo, ou ficar sem fumar e beber, caso seja uma prática sua de longos tempos, ok? Nada de linguicinha com cerveja e azeitoninha, nada de xixizinho, nada de feijoada, fazer pum também não pode, nem pensar. Nem rapidinha, nem demoradazinha, esqueça. Você está ali, pra matar alguém, ou se matar, de tanta vontade de comer um “creme craquizinho” que seja, um pão com “mortandela”, ou simplesmente fazer um danado dum xixi que você precisa fazer há 2 intermináveis dias, com seu rim parecendo uma jaca, de tão cheio. O que acontece? Você vai fazer muito xixi, num vai leitor? Vai comer muito, vai botar uns 5 cigarros de uma vez na boca pra fumar, vai “desligar a televisão em casa e tirar o atraso”, hein, hein? Num vai? Ah, vai! Abriu a porteira, o gado passa jogando tudo no chão mesmo.

E assim somos nós depois de muito vermos a corrupção, a discórdia, o fútil e o produzido para manipular. A gente quer mesmo é dar um basta às coisas, dar vazão ao sentimento de repressão que foi instalado, contra ou com o nosso consentimento. A gente quer mostrar para o mundo que não aguenta mais uma determinada situação. Só isso.

O surto moralizante que tem sido percebido, principalmente nas redes sociais, o excesso de politicamente correto sobre o politicamente incorreto, tudo isso, pode ser explicado se observarmos a abstinência daquilo que é bom para a sociedade, ou do que é correto a se fazer – o momento em que vivemos como um todo. Nós permitimos os outros, e nos permitimos, que falassem e fizessem o que quisessem e ficamos de biquinho fechado por muito tempo. Não foi? Foi, ué! Tá aí você de prova. Liberdade de expressão é outra coisa. Mas, nem tudo está perdido, você que não tolera mais as pessoas e seus ataques moralizantes antiBBB, antiLuiza, antipiadinha imoral, antimensagens edificantes no Facebook, antitudo, anticéticos (não confunda com antisséptico… haha). Sorria, entre dois extremos há o meio. Daqui a pouco, todo mundo encontra o seu ponto de equilíbrio na respiração e no trato com as coisas da vida. Não precisamos nos apressar, mas também não podemos ficar boiando.

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Uma banana pelo mamão de Evaristo Costa

Desde ontem, vários portais da internet, como o YAHOO e o UOL, sem falar nas redes sociais, estão divulgando o vídeo do Jornal Hoje em que o apresentador Evaristo Costa abre uma reportagem sobre o fruto mamão, fazendo uma piadinha com a Sandra Annenberg, piada que ele mesmo disse ser velha para o primeiro dia útil do ano. Veja abaixo.

Gostou? Engraçado, não é? Também achei. Aliás, achei hilário, como muita gente, mas por um motivo diferente.

Quem é da área de comunicação e estuda os recursos que o jornalismo global tem empregado para conquistar a audiência perdida para os concorrentes e para o crescimento da mídia digital, sabe do que estou falando – o “showrnalismo” – palavra empregada como título do livro de José Arbex Jr., que mostra a espetacularização da notícia – “a mídia como espetáculo” – subtítulo do livro em questão.

Não que Evaristo não seja legal, descontraído, bacana, bem-humorado.  “Deve que é”, como diria uma amiga, genuinamente engraçada, ao querer dizer “dever ser”. Longe disso, descontração é sempre bom, desopila o fígado, dizem. A questão aqui é o recurso usado no contexto. Falas, diálogos, sorrisos, caras fechadas, arfadas de descontentamento, muxoxo e muitas outras expressões verbais e não-verbais são recursos e estratégias comunicacionais comuns a todos nós, mas, naquele momento, na minha opinião, representaram o interesse do produtor de conteúdo, no caso, o Jornal Hoje/Rede Globo; teatro puro. Além do mais, a Sandra é atriz, já fez novelas, minisséries e até comercial do McDonald’s. E qual o interesse da direção da Globo? Conquistar a recém-promovida classe C (antiga D) pela proximidade, “naturalidade” e simplicidade para manipulá-la sem feri-la, quando a hora disso chegar. Não que não prestem serviço útil com boas matérias também. Querem ficar descolados, vamos dizer assim. E não são só os da Globo, são todos. Estão tão descolados que todos se levantaram de suas bancadas e se mostram ali, ó, bem pertinho de nós. Até o Jornal das Dez, pasmem. Faltam o Bonner e a Fátima. Se estes se levantarem, olha… é porque estão levando a coisa às últimas consequências. Se bobear, quando o calor chegar pra valer, aparecem o Bonner de bermudas e camiseta, a Fátima de rabo de cavalo, jeans coladinho, ou calça spandex e top, com salto de acrílico e o Zeca Pagodinho de comentarista tomando uma Brahma. Brincadeiras à parte, você pode estar pensando: “Ai, credo, que implicância por nada, assim é muito mais legal mesmo… é descontraído e tal… do que aquela cara fechada de zumbi que o Cid Moreira tinha, né?” É, também acho, quando é verdadeiro e sem a intenção de fazer os outros de bobo, como os meios de comunicação costumam fazer desde sempre. Só espero que, no final de suas carreiras, eles não venham a público, 22 anos depois, como acaba de fazer o ex-bambambam da Globo, Boni (José Bonifácio de Oliveira Sobrinho. Nossa, que nome imponente!), que confessou ter manipulado o eleitorado brasileiro ao produzir a imagem do Collor nos debates presidenciais de 1989, descaradamente, a pedido de um assessor do candidato, ignorando a premissa básica de imparcialidade na transmissão da notícia, produzindo até o suor na gola da camisa do candidato, entortando sua gravata para dar um ar de “ah! pros coco parece que é do povo“, colocando pastas com folhas em branco dentro e mostrando ao público como se fossem dossiês contra o Lula, fatos estes confessados por ele em entrevista ao vivo, recentemente. Pior, depois vir o Faustão em seu programa fazer propaganda do livro do Boni, dizendo que ele é “o maior, se não um dos maiores (um monstro sagrado, meu) diretores, executivos e atletas de alcova da televisão brasileira, biichuuu!”. Dizer que isso faz parte do negócio? Cansei desse negócio assim, passou da hora de mudar essa COISA chamada produção de informação.

Quando eu quiser assistir a um show, a um espetáculo de verdade, eu compro um ingresso e vou, ou compro um DVD depois. Então, ó, uma banana para ele (Boni), para o Evaristo e para a Sandra, tá? “Ai, que deselegante!”, diria Sandra. Não, não, querida! Não é isso, é pra juntar com o mamão do Evaristo e fazer uma salada de frutas. Que mente poluída a sua, hein? Êta! Sou só bem-humorado… credo… num gosta de banana, toma uva então… chupa que é de uva. Quê? Num  me olha assim! Te embananei toda com esse cunversê, né? Fábio Jr. cantou Senta Aqui e ninguém falou nada. Iiii, piadinha, boba! Riririri! Caiu de novo!

(Aqui se discutiu a função do meio, suas características, ações e influência na sociedade, não as pessoas citadas, que fique bem claro.)

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40 filmes em 7 minutos

Hoje eu estava navegando na internet quando me deparei com um vídeo muito interessante, e que até me levou a um segundo, que mostra uma coisa que eu aprecio muito: grande quantidade de conteúdo em pequenos espaços – as frases.

Lembrei-me, então, que havia dedicado uma parte especial sobre essa questão no meu livro (tempo.com – A comunicação esquecida em tempos de Internet), no capítulo ‘Antenas a postos’. Lá, eu escrevi o seguinte:

“Essas pequenas sutilezas da vida, que geralmente perdemos por não estarmos antenados, estão em frases que muitas vezes lemos e nos esquecemos. Essas frases, em grande parte, são o resumo de experiências de vidas inteiras, ofertadas por quem as viveu e nós, em nossa tão justificada falta de tempo e percepção, muitas vezes não captamos os ensinamentos.”
 

Quando assisti ao vídeo abaixo, comecei a rir de satisfação, porque ele traz uma frase que sempre levo comigo e que pus no livro: “Get busy living or get busy dying.” – que significa ‘Ocupar-se de viver ou ocupar-se de morrer.’ – do filme Um sonho de liberdade. Portanto, estou dedicando este post e estes vídeos não só aos leitores do meu livro, mas também a todos aqueles que olham as coisas com mais cuidado e que retiram algo bom do que se apresenta como ordinário para a maioria, tornando-se invisível. Aproveitem!

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